Trigun – Paraíso

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O episódio pérola de um anime de ação dos anos 90 de um “velho-oeste” do futuro, que dessa vez conta a história de um homem que só queria o bem daqueles que amava e os defenderia com a própria vida.

Antes de tudo este é um post sobre um único episódio do anime de Trigun, o episódio 23, e mais ainda sobre o personagem Nicholas D. Wolfwood. Logo, estará recheado de SPOILERS.

O mundo de Trigun é realmente como um velho-oeste sem lei, um mundo cruel que não vai ter pena dos fracos. Logo no começo do episódio temos um pensamento/flashback breve de Nicholas D. Wolfwood sobre sua vida até então e seu modo de ver o mundo.

Wolfwood matou seu guardião, a quem ele se refere como lixo, e logo conhece o homem do qual não sabemos nada que também será seu tutor. Ele cresce e se torna um homem que quer defender aqueles que não o podem fazer por si só e enfatiza que o que mais odeia é o mundo cruel em que cresceu.

Logo nesse começo temos a imagem do tutor de Wolfwood segurando uma maçã e o pequeno Nicholas não conseguindo pegá-la das mãos dele, algo que será bastante emblemático em mais dois outros pontos desse episódio. Também temos uma frase, possivelmente do tutor dele, a qual resume a ideologia que ele segue e explica as ações cometidas por ele no episódio 22.

“A vida é como uma incessante série de problemas… Todos difíceis, com limitadas e brutais escolhas e um limite de tempo. A pior coisa é não tomar uma decisão esperando pela conclusão ideal aparecer. Fazer a melhor escolha em uma fração de segundos.

Nós não somos como Deus. Não só nossos poderes são limitados como também nós as vezes temos que ser o Diabo.”

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Wolfwood não desejava o mal a ninguém, era um homem justo e desejava sobretudo a paz. Mas se a vida de uma pessoa indefesa estivesse sob a mira de uma arma, ele não poderia hesitar em correr o risco de um inocente morrer.

Com analogia do episódio da Rem, em que nos é apresentada a situação em que uma borboleta estaria presa a uma teia de aranha, Vash fica indeciso sobre o que fazer, já que a vida de um significa a morte de outro. Mas Knives rapidamente decide por matar a aranha para que ela não pudesse acabar com a vida de outras borboletas.

Wolfwood seria o meio termo prático dessa analogia com suas decisões não agradando nem a Vash, o protagonista da série, quanto a Knives, o vilão.

Após os eventos do episódio 22, Nicholas encontra novamente seu tutor e faz o mesmo jogo de anos atrás com uma maçã, e ele ainda não é capaz de pegá-la.

Wolfwood havia matado uma criança, uma criança que ele como padre e dono de um orfanato poderia ter salvado se não fosse tarde demais. Ter feito isso doía no fundo do coração dele, mas o que mais o machucava era que todas as escolhas as quais ele e Vash poderiam ter feito no episódio 22, traria consequências brutais.

O tutor de Wolfwood é ordenado a matar Vash e o próprio Nicholas, que se põe em seu caminho o enfrentando. Dessa vez, ele consegue pegar a maçã de seu tutor e provar o doce gosto dela. Logo após isso, mais uma rajada de tiros é ouvida.

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Nicholas D. Wolfwood, o padre que defendia os inocentes a custa da vida de alguns, pela primeira vez se confessava a Deus. Agora, à beira da morte e com seus pecados por tirar vidas pesando mais do que nunca, só o restava entregar toda sua esperança de um mundo de paz nas mãos de Vash, mesmo que isso significasse ir contra a ideologia que seguiu por toda sua vida e aceitar a morte eminente.

Nos seus pensamentos antes de morrer, Wolfwood sonha com um paraíso verdejante, que dá nome ao episódio: um Éden onde ele poderia cuidar das crianças de seu orfanato e viver com seus amigos e pessoas queridas em paz. A única coisa que ele realmente queria e que por ser tão impossível, só permitia sua existência em seus sonhos.

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