Tanaka Awards 2015

Tanaka Awards

Vista sua roupa de gala, prepare uma refeição (você vai precisar) e se apronte para a premiação de animes mais completa da internet! São 29 categorias que englobam tanto quesitos técnicos (como animação) quanto disputas completamente feitas a moda a caralha, como as categorias de melhor waifu, husbando e shipp. E dentro dessas dezenas de vencedores estão também os melhores dos melhores da animação japonesa no ano de 2015. O melhor diretor, a melhor cena, o melhor personagem e, é claro, o melhor anime.

Decidimos os competidores com a ajuda de vocês, leitores, através das nossas redes sociais, em uma fase de debate aberto sobre tudo o que tinha passado no ano e quais deveriam vencer cada um dos prêmios. Depois vimos os animes que se destacaram nessas conversas, vimos outros que se destacaram em crítica e outros que chamaram nossa atenção para então discutir entre o nosso time quem seriam os campeões. E este texto, caro leitor, é o resultado de todo esse trabalho. Então aproveite, discuta e anote as recomendações do Tanaka Awards 2015.

Mea culpa. Dessa vez não conseguimos assistir tudo o que gostaríamos porque começamos a preparar o Awards já em dezembro do ano passado sem qualquer ideia do que iríamos fazer. Então até passar por todas as etapas muito tempo passou. Mas essa é só a primeira vez. Prometemos que para 2016 esse projeto fica ainda melhor! Inclusive já começamos a prepará-lo, então já fiquem no hype.

Quanto as regras: a premiação só engloba as séries de TV que terminaram nas temporadas de 2015. Com exceção de séries longas, que não têm previsão de término e provavelmente terão mais de 50 episódios, como Dragon Ball Super e Osomatsu-San. Nesse caso consideramos os episódios e arcos de 2015. No caso de aberturas e encerramentos, entram os que foram transmitidos originalmente em 2015, independente da série se encaixar nas regras anteriores ou não.

Sobre algumas categorias: as categorias de melhor ação e melhor comédia dizem respeito sobre os animes que fazem as melhores ação e comédia e não sobre os melhores animes de ação e comédia. A categoria de melhor anime adaptado não é sobre o quesito adaptação e sim sobre a qualidade do anime por si, mas isso não quer dizer que não podemos considerar esse aspecto caso ele se destaque.

Sinceros agradecimentos por parte da equipe do Tanaka ao grupo do Genkidama e a todos que lá comentaram e interagiram nas postagens e ao Fernando Anacleto e ao Eduardo Eugênio, que são nossos escritores convidados. Também agradecendo ao Sabaki e ao Pedro que ajudaram a escrever e revisar. Ao Bonkoski que além de escrever fez todas as imagens dessa postagem. E ao Igor que está escrevendo na terceira pessoa como se fosse a equipe do Tanaka e que organizou a p* toda. Oh! E obrigado ao Felipe Eloi pelo desenho da estatueta, representando o cara mais estiloso e cool do mundo agora em dourado! (visitem também A página do Felipe Eloi)

Agora vamos ao que interessa!

Melhor Abertura

Clique na imagem para assistir à abertura

Melhor Abertura: Sono Chi no Kioku ~end of THE WORLD~v2 (Jojo’s Bizarre Adventure – Stardust Crusaders: Egypt-hen)

As aberturas do anime de JoJo’s Bizarre Adventure estão, inevitavelmente, sempre em destaque com a composição visual e o valor artístico empregado nelas. Por conta disso, era de se esperar que na última abertura da série que encerraria a tão aguardada adaptação de “Stardust Crusaders” para anime a David Production caprichasse mais uma vez e entregasse uma produção no nível das anteriores. Dito e feito, o estúdio não só entregou uma excelente abertura como também conseguiu superar as outras em alguns aspectos. Ele consegue criar uma linha narrativa dos acontecimentos da história de Jojo sem apelar para spoilers descarados, trabalhando com sutileza em mínimos detalhes em meio a exposição das cenas, detalhes esses só perceptivos à aqueles os quais já possuem um conhecimento básico acerca da série, enriquecendo cada vez mais a abertura conforme vamos avançando na trama. A abertura também se utiliza de clichês básicos de aberturas em geral, mas que aqui são executados de maneira inteligente, interligando-os com a narrativa que é construída. Um exemplo são as cenas nas quais são mostrados os personagens utilizando suas habilidades. Ao mesmo tempo que suas representações são homenagens a quadros do mangá, também representam um momento importante dos mesmos em algum ponto chave especifico da história. Além da imensurável riqueza nos detalhes visuais, a música faz um excelente contraponto ao complementar a narrativa com o ritmo e enfatizar palavras específicas que são referências aos pontos importantes da trama, comoThe World”, “Crusaders” e “Star Platinum”. “Sono Chi no Kioku ~end of THE WORLD~” é uma das melhores aberturas já feitas para um anime devido ao seu enorme valor artístico e por se reinventar no clímax da série com aquela magnifica intersecção de Dio, que quebra com a expectativa de quem assiste, causa um choque e, ao mesmo tempo, volta a costurar a narrativa complementando-a e deixando ainda mais perfeita. Uma obra prima e com certeza a melhor abertura de 2015. (Escrito por Leonardo Bonkoski)

Menções honrosas: “Hello, World!”(Kekkai Sensen); “Flyers” (Death Parade); “The Hero!! ~Ikareru Ken ni Honō o Tsukeru~”  (One Punch Man); “Talking” (Subete ga F ni Naru); e “Theme from Lupin III 2015″ (Lupin III 2015).

Melhor Encerramento

Clique na imagem para assistir ao encerramento

Melhor Encerramento: Sugar Song to Bitter Step (Kekkai Sensen)

“Sugar Song to Bitter Step” cumpre precisamente o papel que um encerramento deve possuir em uma série, ele cria uma sensação de completude e gera uma espécie de sensação de satisfação de que o episódio foi bem finalizado, seja o anime como um todo, como também os episódios individualmente. Em Kekkai Sensen o encerramento complementa o que o anime quer fazer, divertindo, passando um ideal que refletido na temática da série e ao mesmo tempo que deixando uma mensagem. Às vezes doce, às vezes amarga, assim é a vida de Leonardo Watch na cidade de Hellsalem’s Lot, e estendendo num grande paralelo, assim também é a nossa vida no dia-a-dia, que intercala os tempos bons com tempos ruins, e apesar de tudo, não deixa de ser divertida e alegre. Essa é a grande mensagem que este encerramento quer passar ao intercalar toda a felicidade e descontração dos personagens com cenas dramáticas de fardos que os mesmos carregam. Um grand finale que aplaudimos alegremente esperando que a série possa voltar um dia. Com uma animação muito bonita e fluida, ótimas cenas, um bom ritmo e uma excelente música, Sugar Song to Bitter Step recebe o prêmio de melhor encerramento de 2015. (Escrito por Leonardo Bonkoski)

Menções honrosas: “Last Train Home” (Jojo’s Bizarre Adventure: Stardust Crusaders: Egypt-hen);  “Nana Hitsuji” (Subete ga F ni Naru); e  “Last Theatre” (Death Parade).

Melhor Waifu

Melhor Waifu: Shirayuki (Akagami no Shirayuki-hime)

Shirayuki é uma jovem forte e obstinada que sempre tenta resolver seus problemas por conta própria e alcançar seus sonhos com sua própria força. Possui grande conhecimento em herbologia e farmacêutica, por onde segue seus sonhos. Também é sociável, gentil e sempre fala o que pensa, conseguindo fazer amigos até com as pessoas mais tímidas. Sempre está fazendo o que acha que é certo e faz coisas imprudentes que botam seu próprio bem estar pelo o que ela acredita, não tendo medo de desafiar grandes autoridades para proteger seus amigos. E Shirayuki ainda, com uma característica marcante, seu cabelo de cor vermelha, atrai a atenção de muitas pessoas. Como uma maçã escarlate que chama a atenção no meio do verde da floresta. Uma garota forte, esperta, gentil, bonita e obstinada, mais do que merecido ganhar o prêmio de melhor waifu de 2015. (Escrito pelo convidado Eduardo Eugênio)

Menções honrosas: Nona Ginta (Death Parade); Alex Benedetto (Gangsta.); e Celty (Durarara!!x2 Shou/Ten).

Melhor Husbando

Melhor Husbando: Kuroo Hazama (Young Black Kack)

Sendo simples e direto: Kuroo Hazama é um jovem médico, sarado e definido, com cicatrizes charmosas pelo corpo, olhos vermelhos, cabelo bicolor, gente boa, esperto, voz aveludada, simpático e herói de guerra. Com tais características, ele conquista fácil o posto de melhor husbando de 2015. (Escrito por Rafael Sabaki)

Menções honrosas: Decim (Death Parade); Genos (One Punch-Man); Jirou Hitoyoshi (Concrete Revolutio! Choujin Gensou); e Lupin III (Lupin III 2015).

Melhor Casal

Melhor Casal/Shipp: Yato x Hiyori (Noragami Aragoto)

Dois seres que inesperadamente nasceram um para o outro, um deus stalker e uma aluna do ensino médio que tem um certo problema em manter sua alma em seu corpo. Uma relação típica de amor e ódio, onde a maioria das vezes o ódio é direcionado ao Yato por suas ações inconvenientes como, por exemplo, seguir a Hiyori para tudo quanto é canto possível. Mas nos momentos de maior tensão, é impossível não vê-los como um par perfeito e como melhor casal de 2015. (Escrito por Rafael Sabaki)

Menções honrosas: Kiryuu Nagisa x Mizuki Sera (Classroom Crisis); Arima Kousei x Kaori Miyazono (Shigatsu wa Kimi no Uso); e Hachiman x Yukino (Yahari Ore no Seishun Love Comedy wa Machigatteiru. Zoku).

Maior Decepção

Anime Decepção: Dragon Ball Super

Dragon Ball Super foi, do jeito que se queria ou não, uma surpresa. Mesmo que já se soubesse a história dos dois primeiros arcos (por duas mídias diferentes, até) e se gostasse do primeiro, a continuação da série Z conseguiu desagradar até os fãs mais ferrenhos. Até a Toei, estúdio do qual, hoje em dia, nada se espera, conseguiu superar as baixas expectativas quanto a sua qualidade de produção e virar meme com a animação mais travada e inconsistente que conseguiu colocar no ar através de DBS. Não fosse isso e o completo desrespeito com a série antiga o suficiente para desagradar a todos, essa nova série de Dragon Ball ainda se vendeu como uma continuação idealizada por ninguém mais, ninguém menos do que o criador original do mangá, Akira Toriyama, que nem é o roteirista da série e já manifestou sua insatisfação para com ela. E é por fazer com que o retorno, depois de 19 anos, da série animada mais aclamada do mundo virasse piada até entre quem gosta da franquia que Dragon Ball Super leva o título de maior decepção do ano. (Escrito por Igor Mendonça)

Menções desonrosas: Ninja Slayer; Perfect Insider; e Gangsta..

Pior Continuação

Pior Continuação: Dragon Ball Super

Depois de 19 anos do fim de Dragon Ball Z, é esperado que quem o assistiu na época tenha esquecido de quase tudo o que acontece nele. O que não era esperado era que os produtores de uma continuação da série antiga tivessem também esquecido de tudo. Mas infelizmente foi o que aconteceu. Dragon Ball Super é uma sequência com falha de memória, porque descaracteriza os personagens e até ignora arcos de desenvolvimento que eram centrais às tramas de sua série predecessora. Além disso, ainda traz personagens de um arco filler para figurarem um subplot completamente indesejado e ao mesmo tempo é incoerente com quase todos os outros fillers sem critério algum, só escolhendo pegar um para usar e outro para ignorar. E quem dera fosse só isso, porque o retcom não acontece só com os fillers, acontece com elementos cannon e também é feito de forma completamente arbitrária. Ainda como se não bastasse todo o desrespeito com questões centrais que definiram o que era Dragon Ball Z, DBS ainda joga no lixo todo o potencial comercial que a franquia tem, graças ao seu legado e aos fãs que deixou, ao empregar uma qualidade de produção e direção amadoras. Então com muito desmérito, Dragon Ball Super leva o desprêmio de pior continuação do ano de 2015. (Escrito por Igor Mendonça)

Menções desonrosas: Aldnoah.Zero 2; To Love Ru Darkness 2; e Tokyo Ghoul: Root A.

Pior Anime

Pior Anime: Comet Lucifer e Charlotte

Pois é, não conseguimos escolher um. Na verdade foi difícil até escolher só dois. Mas vamos aos motivos.

É difícil dizer de cara que Comet Lucifer é o pior anime do ano, porque diferente de várias outras séries como Chaos Dragon ou Valkyrie Drive-Mermaid, ele não ofende a inteligência do espectador. Mas esse acaba sendo mais um dos motivos que o faz ser tão ruim. A série logo depois do primeiro episódio, quando apresenta os personagens e o plot, vira uma sequência de episódios mornos onde absolutamente nada acontece. A linha de história é simplesmente esquecida e tudo se torna um slice of life morno, sem graça, sem humor, sem vida e com personagens tão sem personalidade que nem o patamar de esteriótipo superficial eles conseguem atingir. Por mais que exista um problema a ser resolvido, o anime se refere a ele em um momento expositivo e depois dá um “alt tab” para o slice of life. Mas mesmo sem desenvolvimento de personagem, sem construção na relação entre eles e muito menos com desenvolvimento do plot, o roteiro ainda tem a cara de pau de entregar algum cliffhanger que indica que algo na história vai evoluir, para no episódio seguinte categoricamente IGNORÁ-LO. E quando alguém da staff acha o enredo perdido, o anime começa apresentando um personagem que é mais superficial e exagerado do que o Kira no último episódio do anime de Death Note e mais deslocado do que o time de Gunpla Battle que veste roupa de natação. Esse personagem ainda surge do nada, tem episódio que não serve nem de foreshadowing mal feito e no fim das contas nem precisava ser apresentado. Comet Lucifer é um conjunto de nada tão grande que nem ofender o espectador ele consegue. É como se The Sims tivesse uma história megalomaníaca, se levasse a sério, acabasse de forma pretensiosa, mas continuasse sendo o exato mesmo jogo que é. Não é pouco merecido que leva o título de pior do ano. (Escrito por Igor Mendonça)

Por onde começar com Charlotte? Personagens superficiais com apenas desculpa para existirem, uma trama que parece nunca engatar, mesmo nos episódios finais, por conta da execução e que consegue destoar pelo menos umas três vezes durante toda a série, forçação de drama em quase todo episódio depois de um certo acontecimento mais ou menos no meio da série, forçação de romance, forçação de sentimento da obra para com o espectador e até forçação de comédia por parte de alguns personagens. Além de conflitos repetidos sem o mínimo de necessidade ou razão, talvez a pior utilização de viagem no tempo dos últimos tempos e um roteiro mais furado que o Bob Esponja dentro de ua donzela de ferro. Jun Maeda, o grande nome por trás desse anime, que também foi o grande nome por trás de outros animes como Angel Beats e Clannad, simplesmente toca na nossa cara o que ele pode fazer de pior. Só não é o pior do ano isoladamente porque Comet Lucifer consegue tão ruim quanto. (Escrito por Rafael Sabaki)

Menções desonrosas: Valkyrie Drive-Mermaid; Chaos Dragon; Dragon Ball Super; e Aldonoah.Zero 2.

Melhor Character Design

Melhor Character Design: Prison School

De todas as séries do ano, talvez até de todas em muitos anos, Prison School foi a única em que o character design sozinho instigava e muito a curiosidade sobre a série, desde a arte de divulgação. E o character design sozinho também funciona para mais do que só chamar atenção, porque só a aparência dos personagens já se torna a piada, devido à extrapolação precisa de certas características fisiológicas arquetípicas. Ao mesmo tempo, esses clichês exagerados, sujos e direcionados a acentuar um aspecto sadomasoquista, complementam a ambiguidade das situações criadas pela série e são colocados na medida certa para que sejam um acréscimo a muitas partes cômicas, ao invés de servirem só para uma única delas. E é por essa precisão, pelo complemento que dá a toda cena da narrativa e até pelo efeito que consegue ter por si só que o character design de Prison School é o melhor do ano. (Escrito por Igor Mendonça)

Menções honrosas: Death Parade; One Punch-Man; e Osomatsu-san.

Melhor Trilha Sonora

Melhor Trilha Sonora: Kekkai Sensen

O principal destaque do anime de Kekkai Sensen com certeza foi a sua trilha sonora, que certamente rouba a cena. Rie Matsumoto além de cuidar da direção geral, também foi responsável pela direção de som e por conta disso obteve total liberdade e controle de como usar da melhor maneira a música em cada cena específica, realçando o tom que aquela cena em questão quer passar e também conferindo num âmbito geral um sabor único para a série toda. As músicas criaram uma identidade fixa que nos faz lembrar de momentos do anime só de ouvir um trecho delas, além de funcionarem de maneira individual para apreciação por serem grandes composições. Com um toque de jazz e muita influência americana, retratando perfeitamente o clima de Hellsalem’s Lot, Taisei Iwasaki em seu primeiro trabalho para um anime compôs uma trilha sonora completa, conduzida com a mão certeira da diretora, e fez com que Kekkai Sensen tivesse a melhor trilha sonora de 2015. (Escrito por Leonardo Bonkoski)

Menções honrosas:  Shigatsu wa Kimi no Uso e JoJo no Kimyou na Bouken: Stardust Crusaders – Egypt-hen.

Melhor Animação

Melhor Animação: One Punch-Man

Em todo ano é difícil concorrer com o preciosismo técnico da KyoAni no quesito animação. Mas nesse, One Punch-Man veio jogando no mesmo nível justamente por não tentar competir. A adaptação do mangá de Yusuke Murata não tem uma produção infalível, mas ele compensa com algo que não se vê muito em animes: uma ação fluida, com estilo, que tem belos efeitos e que utiliza de diferentes técnicas com o simples propósito de empolgar o espectador. É claro, outros animes apresentam uma animação tecnicamente impecável nas lutas, mas OPM faz isso em todo episódio, sem exceção, na maior parte do tempo de trama e com muito mais identidade não só na condução da ação como também na animação propriamente dita. E é por manter tanto movimento macro acontecendo o tempo todo com tanta velocidade, com os melhores sakugas dos últimos anos e com todas essas outras qualidades elencadas que ele não compete diretamente com produções tecnicamente infalíveis, mas ainda consegue estar no mesmo patamar delas. Na verdade, One Punch-Man consegue até, por muito pouco, se destacar mais e ser o merecedor do prêmio de melhor animação no ano. (Escrito por Igor Mendonça)

Menções honrosas: Hibike! Euphonium; Death Parade; Fate:Unlimited Blade Works – 2nd Season; e K: Return of Kings.

Melhor Abordagem Temática

Melhor Abordagem Temática: Gatchaman Crowds Insight

O melhor da primeira temporada de Gatchaman Crowds foi sua abordagem temática, e pode se dizer o mesmo para sua continuação, Gatchaman Crowds Insight. Expandindo e até mesmo questionando alguns dos temas e das mensagens deixadas pelo anime anterior, essa nova temporada destaca de uma forma acessível a importância de pensar e decidir por si mesmo, mas ao mesmo tempo pensando no bem do coletivo. E é justamente esse tom de cinza que faz Gatchaman uma obra tão relevante para os dias de hoje: em tempos em que as pessoas ou seguem a multidão (como dito na série, o “clima”) ou só pensam em si mesmos de forma egoísta. O anime revela a importância dos dois lados, nunca chegando a um maniqueísmo do senso comum. Há, sim, alguns problemas na execução, mas é justamente esse foco nas temáticas e principalmente nas mensagens transmitidas ao espectador que faz Gatchaman Crowds Insight levar o prêmio nesta categoria. (Escrito por Pedro Santos)

Menções honrosas: Concrete Revolutio! Choujin Gensou; Kiseijuu: Sei no Kakuritsu; Shimoneta to Iu Gainen ga Sonzai Shinai Taikutsu na Sekai; e Shirobako.

Melhor Short

Melhor Short: Wakako-zake

Dando água na boca e enchendo nosso coração de alegria, Wakako-zake consegue transpor em uma representação simples um dos maiores prazeres do ser humano, fazer uma boa refeição. Sem querer se aprofundar em pretensiosismos da arte gourmet ou pagar de um crítico de comida, o anime traz uma abordagem casual sobre como encarar uma refeição e quais são os diferentes sentimentos que esta pode causar em nós. Através de solilóquios poéticos evidenciados pela protagonista, somos expostos a diferentes abordagens as quais diferentes tipos de refeições têm e a como isso impacta em nossa vida. Por exemplo, a vontade de experimentar comidas novas, se surpreender com um prato mais barato, a recompensa após um dia de exercícios, comer algo gorduroso sem se preocupar ou até mesmo comer para se desestressar após um dia de trabalho. Algumas diferentes situações entre tantas outras que vivenciamos no dia-a-dia mas que sequer paramos para pensar nelas e que são representadas na série de uma forma relaxante e gostosa de assistir. Um anime short tem muito pouco tempo para mostrar algo, e Wakako-zake conseguiu trabalhar em sua duração curta uma temática sólida e eficiente naquilo que propôs a ponto de conseguir nos fazer refletir sobre um importante aspecto da vida em apenas dois minutos. De todas as séries curtas de 2015, Wakako-zake é certamente a melhor delas e recebe o prêmio de melhor short. Pshhhh! (Escrito por Leonardo Bonkoski)

Menções honrosas: Teekyuu 4; Teekyuu 5; Teekyuu 6; Danna ga Nani o Itteiru ka Wakaranai Ken 2-sure-me; e Takamiya Nasuno Desu!: Teekyuu Spin-off.

Melhor Continuação

Melhor Continuação: Yahari Ore no Seishun Love Comedy wa Machigatteiru. Zoku

Em 2013 estreava mais um anime escolar que arranhava um pouco na comédia romântica, fazendo piadas com o gênero, convencendo o espectador em momentos de que era de fato uma comédia romântica e em outros deixando bem claro que nunca veríamos um casal se formando ali mas, no final, sendo só tramas episódicas bacaninhas. Mais importante que isso, a primeira temporada de Oregairu deixou para trás personagens marcantes: o trio de protagonistas com suas personalidades antagônicas extremamente carismáticos, cada um a sua maneira.

A segunda temporada pegou tudo que tinha de mais interessante na primeira, as deu o devido destaque e as jogou uma contra outra de forma magistral. O que começou como um projeto de comédia romântica agora encontrava um ápice em qualidade técnica e roteiro, com o equilíbrio perfeito entre drama e o slice of life de escolinha. (Escrito por Rafael Sabaki)

Menções honrosas: Noragami Aragoto e Gatchaman Crowds Insight.

Melhor Revival

Melhor Revival: Osomatsu-san

Revival da série dos anos 60 “Osomatsu-kun”, criada por Fujio Akatsuka, Osomatsu-san é um anime que se sustenta por si próprio sem a necessidade de recorrer a truques baratos de nostalgia. A fórmula e os personagens são os mesmos, a essência da obra original está ali, mas você não precisa conhecer os sêxtuplos desde a sua origem: e isso é o que torna a série tão atraente. Nesse ponto, a adaptação de temáticas e referências aos dias atuais é um trabalho de esmero da produção. O humor negro, as autorreferências, tudo é conduzido de forma que qualquer espectador se sinta satisfeito. Portanto, nada mais justo dizer que Osomatsu-san é o melhor revival de 2015, por sua eficiência em retomar uma marca já conhecida ao novo público, respeitando seus personagens (ainda que com algumas alterações naturais, uma vez que eles tenham se tornado adultos) trazendo consigo novas abordagens para a franquia. (Escrito pelo convidado Fernando Anacleto)

Menção honrosa: Yoru no Yatterman.

Melhor Comédia

Melhor Comédia: Osomatsu-san

Grande parte do sucesso de Osomatsu-san, sem dúvidas, cabe ao seu senso de humor. Dirigido por Yoichi Fujita (Binbougami, ga!, Gintama), traços comuns do diretor logo são evidentes, tal como sátiras e referências, ao tempo que cada personagem expressa sua individualidade em forma de piada, sempre de alguma forma heterogênea. Seja por meio de narrativas curtas e esquetes ou piadas prolongadas, o anime consegue trabalhar muito bem sua forma, tendo o conteúdo igualmente diversificado. O resultado final, aliado aos aspectos visuais e ao timing cômico da série é extremamente competente, fazendo com que o espectador continue a se surpreender. (Escrito pelo convidado Fernando Anacleto)

Menções honrosas: One Punch-Man; Prison School; e Shimoneta To Iu Gainen Ga Sonzai Shinai Taikutsu Na Sekai.

Melhor Ação

Melhor Ação: One Punch-Man

A ação é o core de One Punch-Man e isso fica bem claro em sua execução. Além da já comentada animação empregada nas lutas, a série utiliza nos momentos de porrada sincera uma condução bastante versátil, que dependendo da piada que quer construir e se reinventa na medida do necessário. Por exemplo, para dar peso e verossimilhança à cena de ação, o diretor deixa a câmera estática, mostrando todos os movimentos do personagem sem esconder nada, assim preparando o terreno para a inversão de expectativa que se relaciona diretamente a essas qualidades atribuídas à cena com essa decisão. Ou para conferir mais estilo aos embates físicos, ele cria uma perspectiva intimista, trabalhando com ponto de fuga. E não é só como luta que a ação de OPM funciona: muitas vezes o próprio storyboard sem ter uma inversão de expectativa clara ou sem precisar comentar sobre si mesmo faz a piada, mesmo em cenas simples como uma onde o Saitama corre pelas árvores com o Genos (que é todo estiloso e sisudo) de forma desengonçada. Ou como em uma cena onde o caos acontece em uma seção pequena do quadro, de forma tosca e totalmente em segundo plano, servindo como representação do pensamento do personagem em primeiro plano e como o gancho para uma piada com ele. Em suma, a ação de One Punch-Man é versátil, competente e estilosa em toda sua versatilidade, se sustentando por 12 episódios como a base da série e levando agora o título de melhor ação de 2015. (Escrito por Igor Mendonça)

Menções honrosas: Fate: Unlimited Blade Works – 2nd Season e Kekkai Sensen.

Anime Revelação

Anime Revelação: Rokka no Yuusha

Rokka no Yuusha, antes de estrear, era o anime que você via em uma lista online de lançamentos da temporada e nem abria. Ele tinha tudo para ser algo completamente sem graça tanto no roteiro quanto tecnicamente: uma sinopse que tirava toda vontade de assistir de tão “anime de RPG standard tão genérico quando RPGs de NES”, uma staff nada animadora (a mesma de Rail Wars!) e um estúdio que eu devo ter ouvido falar umas duas vezes no máximo, incluindo com Rokka no Yuusha.

Mas então fomos apresentados a uma trama extremamente interessante de tão inesperada que era, personagens carismáticos, animação acima da média com direito a cenas de ação muito divertidas e passagens de suspense realmente tensas, além de um mistério onde até  mesmo o protagonista poderia ser o culpado e um plot twist que é de perder o chão. O prêmio de anime revelação de 2015 é mais do que justo. (Escrito por Rafael Sabaki)

Menções honrosas: Classroom Crisis e Shimoneta To Iu Gainen Ga Sonzai Shinai Taikutsu Na Sekai.

Melhor Coadjuvante Feminina

Melhor Coadjuvante Feminina: Ryouko Tamiya/Reiko (Kiseijuu: Sei no Kakuritsu)

Tomando uma direção oposta do Shinichi, em Kiseijuu: Sei no Kakuritsu, que era uma pessoa normal e descobre que precisa deixar a empatia de lado em alguns momentos, a Ryouko/Reiko é uma parasita que com o tempo vai se acostumando a sua humanidade e ganhando mais empatia. Esse processo de transformação dela ganha bastante impacto devido a sua construção inicial, que entrega uma personagem muito inteligente, meticulosa pragmática, que faz de tudo para manter sua sobrevivência inteiramente garantida. A personagem também figura a talvez melhor a cena da série, onde indo contra tudo o que a era intrínseco, se sacrifica por um outro indivíduo, mostrando que a nossa natureza é muito mais complexa e fluida do que a própria Ryouko/Reiko era capaz de conjecturar. E assim ela leva o Tanaka Awards de melhor coadjuvante feminina dos animes de 2015. (Escrito por Igor Mendonça)

Menções honrosas: Bishamon (Noragami Aragoto) e Kaori Miyazono (Shigatsu wa Kimi no Uso).

Melhor Coadjuvante Masculino

Melhor Coadjuvante Masculino: Seiichi Kinoshita (Shirobako)

Shirobako contém vários bons personagens, mas um dos que mais se destaca é, com certeza, o diretor dos animes produzidos na série, Seiichi Kinoshita. Ele é alguém que representa muito bem um dos principais pontos da série: o amor por aquilo que faz. Mesmo tendo falhas como profissional (assim como todos na série, ninguém é perfeito nesse aspecto), todo o seu carisma e seus momentos de entusiasmo não só conquistam e inspiram o espectador, como também todos a sua volta. O seu conflito por ter dirigido anteriormente uma série que fracassou em todos os sentidos e a pressão que há sobre ele ao trabalhar em uma nova é extremamente crível e muitos diretores devem realmente passar por essa situação (inclusive, é curioso como a reputação de Kinoshita reflete, de certa maneira, nos trabalhos do diretor de Shirobako, Tsutomu Mizushima, que dirigiu grandes sucessos e também fracassos consideráveis). O seu desenvolvimento é realizado de uma maneira gradual e natural, tendo plot points importantes do início ao fim do anime. Destaca-se no climáx de todo o seu arco como personagem, no episódio 23 (possivelmente o melhor episódio da série), uma cena bastante cômica mas que ao mesmo tempo representa toda a sua determinação e amor pela animação. É por tudo isso que Seiichi Kinoshota leva o Tanaka Awards na categoria de melhor coadjuvante masculino dos animes de 2015. (Escrito por Pedro Santos)

Menção honrosa: Noboru Taki (Hibike! Euphonium).

Melhor Protagonista Feminina

Melhor Protagonista Feminina: Hajime Ichinose (Gatchaman Crowds Insight)

Hajime Ichinose é a alma de Gatchaman Crowds. Não que não tenham outros personagens interessantes, mas ela é a que de longe mais se destaca. Hajime não é uma personagem exatamente tridimensional, esférica, com diversos conflitos que se desenvolvem em um grande e gradual arco dramático. E tudo bem, porque não é esse o seu propósito: ela serve como uma força motriz para o mundo e personagens, num geral. É ela que representa todos os temas e mensagens que Gatchaman tenta transmitir ao espectador, sempre com uma aura questionadora, mas que busca entender os dois lados da moeda. E isso, particularmente nessa segunda temporada, é uma característica que se destaca: Hajime nunca tomou alguma atitude maniqueísta, pensando egoistamente só para um lado, ou agindo ingenuamente para com o coletivo. O importante é uma busca por um equilíbrio, por tons de cinza (inclusive, isso é representado visualmente em diversos momentos ao longo da segunda temporada). É preciso destacar a sua atitude para a resolução do grande conflito, no final da série: extremamente inteligente, arriscada e, principalmente, simbólica, causando impacto em todos que presenciaram o seu feito. E, com isso, Hajime Ichinose não só se solidifica como a melhor protagonista feminina dos animes de 2015, como também uma das personagens femininas mais marcantes dos anos recentes da animação japonesa. (Escrito por Pedro Santos)

Menções honrosas: Aoi Miyamori (Shirobako); Yona (Akatsuki no Yona); e Kumiko Oumae (Hibike! Euphonium).

Melhor Protagonista Masculino

Melhor Protagonista Masculino: Shinichi Izumi & Migi (Kiseijuu: Sei no Kakuritsu)

O Shinichi e o Migi, de Kiseijuu: Sei no Kakuritsu, podem, em primeira instância, parecer simplesmente mais uma representação da chegada da adolescência, com mudanças corporais inusitadas, crises de identidade e afins. Mas a medida em que os personagens crescem, eles começam a se sintonizar e a cada um aprender com o outro, fazendo-os entrar em um conflito entre a necessidade de sobrevivência e a empatia. Nesse processo de desenvolvimento, os dois atingem um equilíbrio, e viram 2 indivíduos que através de uma relação de mutualismo (e um um pouco da metáfora da borboleta de Chuang Tzu) são um. Por consequência disso, o Shinichi/Migi não só se desenvolve em um personagem mais maduro, como também em uma espécie de Ubermensch (o Migi, pelo menos, se torna um completo), esclarecido sobre as relações interindividuais entre seres vivos e sobre o existir, sabendo se posicionar com confiança sobre essas questões mesmo em situações de vida ou morte. E é com esse desenvolvimento de personagem complexo que Shinichi/Migi é o melhor protagonista masculino do ano. (Escrito por Igor Mendonça)

Menções honrosas: Araragi Koyomi (Owarimonogatari); Yato (Noragami Aragoto); e Hachiman Hikigaya (Yahari Ore no Seishun Love Comedy wa Machigatteiru. Zoku).

Melhor Cena

Melhor Cena: Última performance de Kousei e Kaori (Shigatsu wa Kimi no Uso)

Ao longo de Shigatsu wa Kimi no Uso, foram mostradas diversas apresentações musicais. Grande parte delas era competente, mas havia algo que incomodava: o amontoado de diálogos. Isso não só atrapalhava o espectador em ouvir as músicas tocadas, como também resultava num pacing problemático que era muito carregado e dava voltas em demasiado, assim tornando diversos momentos das performances bem arrastados. Em outras palavras, a música muitas vezes não falava por si só. Porém, na cena mais emblemática de toda a série, a última performance de Arima Kousei e Kaori Miyazono, ocorreu justamente o contrário. Sem a presença de diálogos carregados, nessa apresentação a música, em conjunto com a excelente animação e fotografia, expressam tudo o que ambos personagens sentem no momento, de uma maneira que só uma mídia audiovisual como a animação pode oferecer. Com uma boa transição entre planos abertos e fechados, tracking shots, panning shots, travellings precisos e uma incrível sincronia de tudo isso com a peça tocada, a direção imprime uma narrativa visual harmoniosa que só potencializa esse momento catártico entre os dois personagens. E, assim, a última performance de Kousei e Kaori em Shigatsu wa Kimi no Uso é a vencedora na categoria de melhor cena dentre os animes de 2015. (Escrito por Pedro Santos)

Menções honrosas: Patinação no gelo da Chiyuki (Death Parade); a confissão de Hikigaya Hachiman (Yahari Ore no Seishun Love Comedy wa Machigatteiru. Zoku); a “batalha” de Kinoshita no episódio 23 (Shirobako); e a competição de solos (Hibike! Euphonium).  

Melhor Estúdio

Melhor Estúdio: MadHouse

Houve um tempo, não há muitos anos, após a morte do Satoshi Kon, a saída do Masao Maruyama, o aumento das dívidas e o fim das parcerias entre o estúdio e o Masaaki Yuasa, em que a MadHouse estava em uma descendente criativa. Lançava muitas séries medianas, adaptações mal feitas e se suportava sendo uma versão genérica do que era no passado. Essa fase durou até não tantas temporadas atrás, mas viu uma mudança significativa em 2013 e 2014. Esses dois anos foram muito importantes para o estúdio ganhar novamente relevância, criando laços com novatos proeminentes da indústria e finalizando um grande projeto que conduziu por 3 anos com excelência (excelência para um projeto desse porte, é claro). E 2015 foi o ano em que a volta da MadHouse convergiu para o clímax. Yuzuru Tachikawa trouxe junto da Casa Maluca uma das séries mais bem produzidas e antecipadas do ano, com esmero na animação, na consistência do traço e nos detalhes nos backgrounds, Death Parade. E o estúdio não ganha pontos pelo anime só pelo trabalho na produção, ganha também pela ousadia em investir tanto na primeira serialização de um diretor novo. E não bastasse isso, essa casa de loucos ainda tomou para si a adaptação mais difícil de fazer do ano, One Punch-Man, e a executou com competência ao trazer diversos animadores com talento para fazê-la e tornando-a o hit do momento. Não é pouco merecido que a MadHouse ganhe o título de melhor estúdio de 2015. Estava sentido sua falta, Casa Maluca. (Escrito por Igor Mendonça)

Menções honrosas: Kyoto Animation e Ufotable.

Melhor Diretor

Melhor Diretor: Yuzuru Tachikawa

Em 2015, alguns diretores novatos marcaram seus nomes entre os de mais destaque. E entre eles estava Yuzuru Tachikawa, que trouxe uma das séries mais esperadas do ano, Death Parade. Enquanto Rie Matsumoto teve muito estilo e autoralidade e Tsutomu Mizushima muita competência, Tachikawa teve tudo isso e um pouco mais. O diretor trouxe em seu último trabalho desde uma condução dúbia, que colocava em foco o cinismo de seus atores e deixava o espectador cheio de respostas inconclusivas, até uma açucarada e leve que não perdia a marca do seu condutor e a atmosfera base da série. Ele trouxe até um episódio de comédia com idols sem esquecer de dar o foco na relação entre o jogo e o desafio moral pelo qual os personagens passavam. Em um jogo de dardos, ele focava na intenção de quem arremessava os dardos, apontando insegurança, maldade, dúvida ou mesmo um sentimento de proteção para com o adversário. Em um jogo de boliche, ele focava em como os jogadores se conectavam através das jogadas, explorando ângulos que só a animação poderia ajudá-lo a realizar. Além disso, Yuzuru Tachikawa ainda aproveitou o formato de serialização semanal para preencher o intervalo entre um episódio e outro com dúvidas (ou respostas inconclusivas, como coloquei anteriormente). E, é claro, ele também empregou um trabalho que apesar de explorar várias facetas diferentes do mundo que criou, foi muito consistente. Sempre com ângulos intimistas, um ótimo trabalho com backgrounds, uma identidade visual forte e uma misé-en-scene significativa em cenas que com certeza vão ser lembradas, como a da patinação, e explorando a mídia animação e o formato de série, Yuzuru Tachikawa conquista o Tanaka Award de melhor diretor em 2015. (Escrito por Igor Mendonça)

Menções honrosas: Tsutomu Mizushima (Prison School, Shirobako); Akiyuki Shinbou (Owarimonogatari); Tatsuya Ishihara (Hibike! Euphonium); e Rie Matsumoto (Kekkai Sensen).

Melhor Anime Adaptado

Melhor Anime Adaptado: Hibike! Euphonium

Adaptar uma obra de uma mídia para outra totalmente diferente não é nada fácil. Muitas vezes, informações, sutilezas e até mesmo alguns sub-plots são perdidos nesse processo. O importante é: ao perpassar para outra mídia, a adaptação deve funcionar isoladamente, dentro de suas próprias unidade e proposta estabelecidas. Isso, claro, aliado à uma execução competente. E, pensando nesses aspectos, Hibike! Euphonium os cumpri com louvor. Produzido pela Kyoto Animation, não é à toa que o anime configura como uma das melhores animações de 2015, sendo essa extremamente fluída, consistente e detalhista. Mas não é só nisso que Euphonium se destaca: o sound design (isso num anime com temática musical é essencial) e a fotografia são excelentes, são elementos que estão muito acima da média. É preciso elogiar o trabalho de Tatsuya Ishihara, que soube colocar todos esses aspectos em harmonia, resultando em um dos animes mais bem dirigidos do ano. Destaque para uma das cenas mais memoráveis do anime, a competição de solos entre Kousaka e Kaori, em que o ótimo storyboard, aliado ao excelente trabalho sonoro, faz com que o espectador perceba claramente quem é a mais competente, mesmo sendo um leigo se tratando de músicas, sem precisar recorrer à exposição por parte dos personagens. Em suma, é um trabalho audiovisual excelente, algo que era primordial para uma série desse estilo. O roteiro também não fica para trás: um ótimo character-driven, personagens com conflitos críveis e desenvolvidos de uma forma bastante satisfatória, especialmente a personagem principal, Kumiko Oumae. Há alguns sub-plots inacabados aqui e ali, mas logo a segunda temporada está aí para trabalhá-los ainda mais. Enfim, é por saber aproveitar tão bem o que uma mídia audiovisual oferece, e alinhar isso a uma narrativa competente focada nos personagens, que faz Hibike! Euphonium levar o Tanaka Awards de melhor anime adaptado de 2015. E, com certeza, uma das continuações que mais espero para o ano de 2016. (Escrito por Pedro Santos)

Menções honrosas: Noragami Aragoto; One Punch-Man; Shigatsu wa Kimi no Uso; e Yahari Ore no Seishun Love Comedy wa Machigatteiru. Zoku.

Melhor Anime Original

Melhor Anime Original: Shirobako

P.A Works nos brindou no final de 2014 (e, consequentemente, começo de 2015) com Shirobako, sua mais nova produção original na época. Depois do fracasso (em todos os sentidos) de Glasslip, muitos não tinham esperança que o estúdio ainda poderia nos trazer algum trabalho original minimamente competente tão cedo. Mas, indo contra as expectativas, Shirobako não só foi extremamente competente em sua execução: na verdade, a série foi muito além disso. Como a maioria deve saber, a série trata sobre todo o processo de produção das animações japonesas, desde a elaboração de quadros chaves e secundários por parte dos animadores até o processo de negociação entre estúdios de animação e editoras de mangá para a adaptação de uma determinada obra. Em outras palavras, é um anime sobre animes que, através de uma narrativa metalinguística, nos conta a história das pessoas que participam de tudo isso. Contando com um grande elenco de personagens, a série conseguiu dar à maioria conflitos críveis, desenvolvimentos orgânicos e conclusões emocionantes, tudo isso dentro das temáticas estabelecidas no começo: a dura realidade da indústria, o amadurecimento, a busca por uma motivação, sonhos e o amor por aquilo com que trabalha. Dessa forma, Shirobako leva o prêmio de melhor anime original de 2015 por todo o seu conjunto, aliando uma ótima narrativa metalinguística a uma gama de excelentes personagens humanos, prestando, assim, uma grande homenagem às pessoas que trabalham nessa complicada indústria da animação japonesa. (Escrito por Pedro Santos)

Menções honrosas: Death Parade e Gatchaman Crowds Insight.

 

A GRANDE PERSONAGEM DO ANO!

Personagem do Ano

 

O GRANDE CAMPEÃO DO ANO!

Anime do Ano

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Nós escrevemos sobre alguns dos campeões:

One Punch-Man – Um Herói Não Precisa Ser Reconhecido (por Igor Mendonça)

Primeiras Impressões – Rokka no Yuusha (por Andre Dedeco)

Rokka no Yuusha – O “Mais do Mesmo” de Forma Diferente (por Andre Dedeco)

O Turning Point em Oregairu (por Rafael Sabaki)

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E fizemos também uma série de retrospectivas dos acontecimentos relevantes da cultura japonesa 2015, cada texto sobre um assunto (todos pelo Leonardo Bonkoski)

Video-game

Música

Profissionais que Nos Deixaram

Mercado Nacional de Mangás

Animes e Mangás

8 Respostas para “Tanaka Awards 2015

  1. Olha, a quarta abertura de Jojo me surpreendeu como a melhor do ano. Acho que, pessoalmente prefiro até a terceira. Musicalmente acho a quarta a mais fraca, mas não dá pra negar todo o valor audiovisual da mesma.
    Mas ótima lista, seus lindos ❤ (apesar de não ter visto metade dos desenhos :v e não, não gosto da Hajime então não gostei dela levando melhor personagem </3)

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